surdez total do ouvido esquerdo.
Quais as dificuldades enfrentadas por você no meio escolar?
Enfrentei algumas dificuldades e ainda enfrento. Mas desenvolvi alguns mecanismos para driblar essas dificuldades, como sentar na frente, buscar ouvir bem o que o professor está dizendo. Os professores que têm dicção ou sotaque por uma questão de regionalização, também aumentam a dificuldade, pois meu grau de audição é inferior aos demais.
Tenho surdez total do ouvido esquerdo e é assim desde que me entendi por gente. Na escola eu procuro prestar atenção, estar focado na aula, sentar na frente, evitar conversas paralelas. Como mecanismo de defesa e de desenvolvimento das minhas habilidades, para conseguir desenvolver meu aprendizado é tirar as dúvidas e nunca levar uma dúvida para casa, são coisas que me ajudam bastante.
Qual a importância do engajamento da Universidade nas ações de inclusão e acessibilidade?
A Universidade está de parabéns quando pensa na inclusão, com aquela idéia de educação para todos. Essa questão de acessibilidade, essas idéias que a gente vem estudando e contemplando na educação, com a democratização e acessibilidade, sem que isso venha a comprometer, é claro, a qualidade do ensino-aprendizagem, é bem interessante.
A Universidade está de parabéns justamente por este olhar de contemplar o todo e não apenas uma parte.
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A Uesb está crescendo, inclusive no aspecto físico e de melhoramento das salas. Eu gostaria de lembrar que é extremamente importante o tratamento acústico das salas, inclusive do nosso auditório, que às vezes é muito alto. A gente vai ao auditório para uma palestra e uma hora ou não entende nada ou sai de lá quase estourando os tímpanos.
Essa necessidade de tratamento acústico não apenas para as pessoas que apresentam deficiência, mas ela é para todos. Porque quando você tem um ambiente tratado acusticamente, quando não há reverberação, nem eco, você ouve com inteligibilidade e isso ajuda na qualidade do ensino, onde o professor não vai precisar fazer tanto esforço e nem o aluno. Se estudar já é um exercício prazeroso, se o processo ensino-aprendizagem já é prazeroso, imagina num ambiente tratado acusticamente, numa sala climatizada como a que estamos agora, é uma coisa muito gostosa.
Entrevista com o vice-reitor da UESB, José Luiz Rech
De 3 a 5 de outubro acontece em Itapetinga o Curso de Libras. Qual a importância dessas ações aqui no campus, tendo em vista a inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência?
Sempre tive preocupação com pessoas com deficiência, isso já havia desde quando fui presidente da Apae. Não as considero deficientes, mas sim superiores a nós. A luz dessas pessoas é muito grande, sejam elas deficiente visuais, auditivas ou que tenham alguma síndrome. Eu tenho o maior respeito por todos.
Eu acho que a Universidade está dando um grande passo, mostrando sua visão de igualdade e fraternidade. Quando criamos o Núcleo de Inclusão para Portadores de Deficiência (NAIPD-UESB), conseguimos evoluir a uma discussão tão ampla entre os três campi, de maneira que os três agora atuam num único programa e não de forma individual. Isso mostrou que na Uesb o que existe é distância física, mas há aproximação de amizade e fraternidade. O grupo de Inclusão tem mostrado essa parceria muito forte. Este seminário que foi feito já em Jequié, e que nesta próxima semana será realizado aqui em Itapetinga, demonstra a preocupação que tem a Universidade em fazer e receber pessoas portadoras de deficiências.
O que mais me chama a atenção é que os instrutores já são profissionais da própria Universidade e isto mostra, que não precisamos trazer ninguém de fora. Temos gente capacitada para se tornarem instrutores nas classes de funcionários, professores e alunos, que muito podem fazer para que a instituição possa cumprir o seu papel na inclusão. Eu agradeço imensamente ao Núcleo de Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista, por estarem realizando um trabalho que engrandece cada vez mais a nossa Universidade e espero que outros encontros aconteçam, pois precisamos estar voltados também na qualificação dos professores da rede municipal e estadual do ensino de primeiro e segundo grau.
Entrevista a assessora acadêmica, professora Carmen Lucia de Souza Rech
Como a assessoria acadêmica vê as ações do Núcleo?
Como a assessoria acadêmica vê as ações do Núcleo?
Desde o mês de abril um grupo de professores e funcionários dos três campi vem se reunindo com o objetivo de unificar ações do Núcleo de Inclusão para Portadores de Deficiência (NAIPD), por entendermos que não devam existir ações diferenciadas. Gostaria de parabenizar a coordenadora do Núcleo do campus de Itapetinga, a pedagoga Rosângela, e toda a sua equipe pela organização do curso de Libras, bem como a professora doutora Marina do campus de Jequié e sua equipe pela III Semana de Inclusão Social e Educacional: (Re)Conhecendo a Diferença. A pedagoga Rosilda e sua equipe do Campus de Vitória da Conquista pelos cursos ministrados de Libras, Braille e ledores e todos envolvidos no processo nos três campi.
A Assessoria Acadêmica deseja a todos os participantes do curso de libras que aproveitem bastante a oportunidade e que seja um disseminador da linguagem brasileira de sinais, pois precisamos nos conscientizar da importância de nos tornarmos bilíngue.
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