sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entrevistas com o Aluno Pr. Odinei Ferreira, o vice-reitor José Luiz Rech e Carmen Lucia de Souza Rech

Entrevista com Odinei Ferreira de Oliveira,  Estudante do IV Semestre de Pedagogia, Pastor da Segunda Igreja Batista de Itapetinga, que possui
surdez total do ouvido esquerdo.

Quais as dificuldades enfrentadas por você no meio escolar?

Enfrentei algumas dificuldades e ainda enfrento. Mas desenvolvi alguns mecanismos para driblar essas dificuldades, como sentar na frente, buscar ouvir bem o que o professor está dizendo. Os professores que têm dicção ou sotaque por uma questão de regionalização, também aumentam a dificuldade, pois meu grau de audição é inferior aos demais.

Tenho surdez total do ouvido esquerdo e é assim desde que me entendi por gente. Na escola eu procuro prestar atenção, estar focado na aula, sentar na frente, evitar conversas paralelas. Como mecanismo de defesa e de desenvolvimento das minhas habilidades, para conseguir desenvolver meu aprendizado é tirar as dúvidas e nunca levar uma dúvida para casa, são coisas que me ajudam bastante.

Qual a importância do engajamento da Universidade nas ações de inclusão e acessibilidade?

A Universidade está de parabéns quando pensa na inclusão, com aquela idéia de educação para todos. Essa questão de acessibilidade, essas idéias que a gente vem estudando e contemplando na educação, com a democratização e acessibilidade, sem que isso venha a comprometer, é claro, a qualidade do ensino-aprendizagem, é bem interessante.
A Universidade está de parabéns justamente por este olhar de contemplar o todo e não apenas uma parte.

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O que considera que ainda deve ser feito para melhorar o aprendizado dos portadores de deficiência?

A Uesb está crescendo, inclusive no aspecto físico e de melhoramento das salas. Eu gostaria de lembrar que é extremamente importante o tratamento acústico das salas, inclusive do nosso auditório, que às vezes é muito alto. A gente vai ao auditório para uma palestra e uma hora ou não entende nada ou sai de lá quase estourando os tímpanos.
Essa necessidade de tratamento acústico não apenas para as pessoas que apresentam deficiência, mas ela é para todos. Porque quando você tem um ambiente tratado acusticamente, quando não há reverberação, nem eco, você ouve com inteligibilidade e isso ajuda na qualidade do ensino, onde o professor não vai precisar fazer tanto esforço e nem o aluno. Se estudar já é um exercício prazeroso, se o processo ensino-aprendizagem  já é prazeroso, imagina num ambiente tratado acusticamente, numa sala climatizada como a que estamos agora, é uma coisa muito gostosa.



Entrevista com o vice-reitor da UESB, José Luiz Rech

De 3 a 5 de outubro acontece em Itapetinga o Curso de Libras. Qual a importância dessas ações aqui no campus, tendo em vista a inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência?
Sempre tive preocupação com pessoas com deficiência, isso já havia desde quando fui presidente da Apae. Não as considero deficientes, mas sim superiores a nós. A luz dessas pessoas é muito grande, sejam elas deficiente visuais, auditivas ou que tenham alguma síndrome.  Eu tenho o maior respeito por todos.

Eu acho que a Universidade está dando um grande passo, mostrando sua visão de igualdade e fraternidade. Quando criamos o Núcleo de Inclusão para Portadores de Deficiência (NAIPD-UESB), conseguimos evoluir a uma discussão tão ampla entre os três campi, de maneira que os três agora atuam num único programa e não de forma individual. Isso mostrou que na Uesb o que existe é distância física, mas há aproximação de amizade e fraternidade. O grupo de Inclusão tem mostrado essa parceria muito forte. Este seminário que foi feito já em Jequié, e que nesta próxima semana será realizado aqui em Itapetinga, demonstra a preocupação que tem a Universidade em fazer e receber pessoas portadoras de deficiências.

O que mais me chama a atenção é que os instrutores já são profissionais da própria Universidade e isto mostra, que não precisamos trazer ninguém de fora. Temos gente capacitada para se tornarem instrutores nas classes de funcionários, professores e alunos, que muito podem fazer para que a instituição possa cumprir o seu papel na inclusão. Eu agradeço imensamente ao Núcleo de Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista, por estarem realizando um trabalho que engrandece cada vez mais a nossa Universidade e espero que outros encontros aconteçam, pois precisamos estar voltados também na qualificação dos professores da rede municipal e estadual do ensino de primeiro e segundo grau.
Entrevista a assessora acadêmica, professora Carmen Lucia de Souza Rech

Como a assessoria acadêmica vê as ações do Núcleo?

Desde o mês de abril um grupo de professores e funcionários dos três campi vem se reunindo com o objetivo de unificar ações do Núcleo de Inclusão para Portadores de Deficiência (NAIPD), por entendermos que não devam existir ações diferenciadas. Gostaria de parabenizar a coordenadora do Núcleo do campus de Itapetinga, a pedagoga Rosângela, e toda a sua equipe pela organização do curso de Libras, bem como a professora doutora Marina do campus de Jequié e sua equipe pela III Semana de Inclusão Social e Educacional: (Re)Conhecendo a Diferença. A pedagoga Rosilda e sua equipe  do Campus de Vitória da Conquista pelos cursos ministrados de Libras, Braille e ledores e todos envolvidos no processo nos três campi.

A Assessoria Acadêmica deseja  a todos os participantes do curso de libras que aproveitem bastante a oportunidade e que seja um disseminador da linguagem brasileira de sinais, pois precisamos nos conscientizar da importância de nos tornarmos bilíngue.

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